Eu que sempre...

“Eu que sempre me entreguei tanto, hoje prefiro recuar e me manter afastada de todo tipo de afeto. Vou fingir o quanto for preciso que não sinto mais nada. Continuar dizendo a minha mente e a esse coração — que decidiu escutar finalmente, que não posso pensar naquele idiota que tanto me fez sorrir. Dou ordem de parada imediatamente quando sinto uma lágrima se formando em meus olhos murchos, repito mentalmente que chorar é uma fraqueza e não posso mais ser fraca caso queira continuar olhando para frente. Não me permito então sentir. Seja lá o que for, todo sentimento é nulo, é vago e não me faz bem. Não sinto dor, não sinto compaixão, nem um pingo de saudade, tampouco amor. O amor fere meu bem, marca como cigarro acesso na pele, fazendo doer. Eu que sou pequenina assim, tenho marcas pelo corpo inteiro…” (Leandra Ramos)